Tulipa

Na calçada de um sonho que acabou
"Embriagado? Sim!" uma tulipa encontrei
Amarfanhada como eu, para casa a levei
Até que no silêncio da noite, ela me sussurrou:

"Fui tulipa de beleza, que já não sou
E no lusco-fusco segredos eu selei
Passaram-se anos Amores contemplei
E hoje apenas sou... uma flor que murchou"

Sorri... num mar de lágrimas ofegante
Por ter perdido, minha coroa de diamante
De um reino poético que jamais será meu

Falei-lhe dos momentos de magia, sem despeito
Dos sorrisos e abraços, que guardo no peito
Lamentando viver numa vida que morreu!

Colibri

Há no teu olhar tanta magia
Onde vislumbra no crepúsculo, um condor
Mil querubins entoam, na minha nostalgia
Uma eterna sinfonia de Amor

Há no teu sorriso tanta alegria
e, no teu íntimo tanto Amor
Que me faz lembrar um jardim de poesia
Onde anseio ser um beija-flor

Quero viver nas pedras do teu caminho
e, levar-te aos escritos do nosso destino
Num mundo pintado especialmente para ti.

És princesa dos meus sonhos de criança
Eu rei sem trono, vivo na esperança
De ser no teu poema, apenas um colibri.